A lenda Mário Reis

Mário Reis foi um craque de outros tempos, um dos maiores já visto no Rio Grande do Sul durante sua época. Aclamado pelos amantes do futebol, inclusive por Arthur Friendereich, o maior craque Brasileiro até o final da década de 30, que teve a oportunidade de enfrentar Mário Reis na disputa do Campeonato Brasileiro de Seleções, e que não poupou elogios ao craque Áureo-Cerúleo, sem duvidas é um ídolo que estará eternizado na galeria dos maiores do Esporte Clube Pelotas em toda sua história.

Mário Reis é considerado por muitos, o melhor jogador que a cidade de Pelotas já produziu em toda a sua história. Natural da Princesa do Sul, onde nasceu em 12 de fevereiro de 1904, Mário Reis começou sua carreira profissional no Esporte Clube Pelotas, quanto tinha 19 anos.

No inicio da temporada de 1924, atendendo a um pedido do então diretor Áureo-Cerúleo, Dinarte Tavares, Mário Reis chegou na Boca do Lobo para fazer história. Naquele ano, assim como no anterior, não houve Campeonato da Cidade e nem mesmo o Campeonato Estadual, devido a revolução, na luta entre Chimangos e Maragatos. Mas o Pelotas foi a campo, na disputa de várias partidas amistosas, e Mário Reis já começava ali, a dispertar interesse dos torcedores.

O primeiro campeonato em que Mário Reis participou foi em 1925, quando conquistou o seu primeiro título, ao sagrar-se Campeão Citadino. Mário ainda foi campeão citadino nos anos de 1928, 1930, 1932, 1933 e 1939, além do maior título que o craque conquistou com a camisa Áureo-Cerúlea, o de Campeão Gaúcho de 1930.

Mario Reis fez parte da equipe que representou o Rio Grande do Sul no Campeonato Brasileiro de Futebol por três vezes, em 1926, 1928 e 1931. Em 1928 foi convidado para ser o Capitão do quadro Gaúcho, mas recusou a honrosa investidura.

Vestindo a camisa da Seleção Gaúcha, Mário Reis enfrentou os fortes selecionados Paulistas, Cariocas, Paranaenses, Paraenses, Pernambucanos e Catarinenses, sempre como titular e destaque do time.

Mario Reis no tempo em que jogou foi a maior expressão do Futebol Pelotense e Gaúcho. A sua real capacidade técnica ofereceu-lhe ocasiões de engrandecer o futebol da cidade, não só no Estado como fora dele também.

O Genial Arthur Friendereich, referindo-se aos jogadores gaúchos que melhor impressão lhe causaram, citou dois: Eurico Lara e Mário Reis. A opinião de “El Tigre”, insuspeita no caso, é a mais legitima afirmativa do valor do craque.

Os saudosistas diziam que Mário Reis foi o maior jogador surgido em plagas gaúchas. Era tão bom que recebeu várias propostas de clubes de fora do Estado, mas acabou não aceitando, preferindo ficar no “Lobão”. Tinha um passe perfeito e uma colocação inigualável, sendo que seus lançamentos sempre acabavam nos pés de um companheiro.

Encerrou a carreira em 1939, com uma vitória sobre o Brasil, no Clássico Bra-Pel, por 3 X 1 e com o título de Campeão Pelotense. Alguns anos mais tarde, era comum ver Mário Reis nos treinos do Pelotas, ou sentado nos bancos da praça Coronel Pedro Osório com seu grande amigo e companheiro Tutu, relembrando as grandes jornadas com a camisa Áureo-Cerúlea.

Profissionalmente, Mário Reis defendeu apenas o Pelotas em toda sua carreira como atleta profissional, o que muito o orgulhava.

Revista dos Esportes – RS / Acervo Arquivo Lobão

MÁRIO REIS, CRAQUE ABSOLUTO DE UMA ÉPOCA!

Fora de qualquer dúvida, Mário Reis foi um craque consagrado no País inteiro e respeitado mesmo pelas mais sólidas defesas contra as quais atuou. Sua fama atravessou fronteiras e o seu nome foi obrigatório na formação das Seleções Gaúchas da época.

Evidentemente foi ele o craque absoluto de uma época, por quanto, para nós, o futebol Pelotense viveu já três grandes fases de sua história, ás quais tiveram sua demarcação com o surgimento dos nomes consagrados de Alvariza, para a primeira, Mário Reis, para a segunda, e Cardeal, o grande, para a terceira e última, que se alonga em nossos dias. Nós que o vimos atuar, queremos afirmar, que o assistimos talvez no maior esplendor de sua forma, portanto nos sentindo felizes em poder dizer de viva consciência o que foi Mário Reis, como jogador de futebol, ou melhor, como um verdadeiro Craque. Suas qualidades individuais foram excepcionais, seu sentido de conjunto perfeito e seus passes magistrais.

Emérito driblador e controlador perfeito do balão, foi como que uma exceção, uma raridade, dessas coisas que surgem de longe em longe, que atravessam uma época, se consagram e jamais podem sair da memória daqueles que como nós, tivemos a ventura de o ver em ação. Assim foi Mário Reis, esse cidadão pacato e modesto, que hoje afastado dos gramados representa para o futebol, uma das suas mais preciosas glorias.

E aproveitando está oportunidade do aniversário do Esporte Clube Pelotas, a Revista dos Esportes, si congratula com os mandatarios e com a familia Aureo-Cerúlea em geral, por ter ela a felicidade de ver na sua galeria de honra ao merito, a figura inconfundivel de Mário Reis, craque absoluto de uma época.

POSTER DE MÁRIO REIS – CRAQUE ÁUREO-CERÚLEO

Foto: Acervo Arquivo Lobão – Colorização: Lucas Canez

MÁRIO REIS

Ficha técnica:

Nome: Mário Nogueira dos Reis
Nascido em 12/04/1904 – Pelotas
Falecido em – São Paulo
Posição: Atacante

Clubes:
1924 a 1940 – Pelotas

Convocações:

  • 1926, 1928 e 1931 – Seleção Gaúcha

Títulos:
Campeão Gaúcho: 1930
Campeão Pelotense: 1925, 1928, 1930, 1932, 1933 e 1939.
Taça Internacional Cidade de Pelotas: 1924
Taça Internacional Batista Luzardo: 1940
Taça Getulio Vargas: 1929
Taça Yolanda Pereira: 1930
Taça Martin Guilayn: 1940
Taça Chevrolet: 1928

1 comentário

  1. Muito bom este site, estão de parabéns.
    Desejo sucesso!!!

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