Começo com muita honra agradecendo a oportunidade de participar do “projeto” Arquivo Lobão que tanto faz pela história do Esporte Clube Pelotas e me apresentando: Meu nome é Guilherme Farias, sou Médico Veterinário e torcedor do Pelotas. Tive algumas outras participações com a coluna/blog ‘Na Boca do Lobo’ em outros sites, principalmente o futebol daqui.
Teria sido bem melhor se eu tivesse começado a escrever por aqui analisando o bi-campeonato da Recopa Gaúcha do último domingo, mas não houve tempo hábil e precisei começar logo hoje, num jogo feio, ruim e que mereceu o 0x0 no placar.
Por alguns instantes pareceu que teríamos um Pelotas jogando e trabalhando a bola. Mas durou um ou dois lances. Logo o Nóia tomou conta da posse de bola e fez o que quis. Um time que jogou muito mais agrupado, em espaços e passes mais curtos, o que facilita a chegada no ataque. Houve desde sempre dificuldade imensa na saída de bola, o que poderia resumir o jogo de hoje. Os 2 zagueiros com a bola no pé, sem saber o que fazer – inclusive avançar com ela quando havia espaço – porque não havia movimentação dos homens do meio. Não há dúvidas que correr incessantemente atrás de uma gurizada muito bem preparada do Grêmio, num sol de rachar 3 dias atrás, teve seu impacto hoje. Mas eu entenderia se as coisas tivessem piorado no decorrer da partida, o que não aconteceu, pois foi ruim do começo ao fim e até mesmo as 2 ou 3 melhores chances foram aparecer aos 40 e tantos.
A bola não saía direito de trás, o meio não tinha ela pra trabalhar e ela acabava esticada na frente de qualquer jeito pros homens da frente tentar alguma coisa. Há de se respeitar o esforço do Jô no jogo todo, sempre dando a opção pro passe. Só que nas poucas vezes em que ele teve vitória contra o seu marcador, ou não havia parceria pra tabela ou ele tomou a decisão errada. E vivemos uma noite de decisões erradas, passes errados, posicionamento errado e uma bola queimando de mais no pé de todo mundo. Se isso tivesse acontecido no domingo com o jogo valendo taça e aparecendo na RBS e no SporTv eu ficaria irritado apesar de entender. Mas hoje? Por que? Logo nos primeiros movimentos que não deram certo o time sentiu e daí pra frente não conseguimos nunca respirar fundo, botar ela no chão e trabalhar um pouco que fosse. Não houve trabalho por dentro, não houve aproximação inteligente – como Hugo x Guedes x Osvaldir na Recopa – não houve basicamente nada. O que me pareceu foi um time que sentiu realmente o esforço da final e que correu errado o jogo todo, desconcentrado e sem conseguir se achar.
A boa notícia foi a renovação do Juliano, porque esse eu duvido muito ficar até mesmo pra Série D. Em poucos lances ele mostrou mais uma vez que é de outra turma. O balãozinho de costas no lateral logo no finalzinho é de quem sabe, além daquela arrancada na diagonal com o passe pro Jô matar o jogo podia ter sido a jogada da partida. Anotem aí, ele vai resolver muita coisa pra nós nesse Gauchão.
Não penso que o time é ruim, que o treinador é ruim nem nenhuma coisa do tipo. Mas há a necessidade de mudanças já no próximo domingo e me parece que a mais clara delas é a entrada do Busanello no lugar do Tato. Eu tenho o mais profundo respeito pelo Tato porque foi – junto com Germano – o jogador mais regular na Segundona em 2018 – mas ele vem de recuperação longa de lesão e está totalmente se força e velocidade. Duas características que o Busanello tem em excesso, além de ser bom jogador, com bom passe e um chute muito forte. Não há necessidade de expôr o Tato agora com o Busanello voando e pedindo passagem. De resto, qualquer outra mudança me parece ser necessária muito mais por uma decisão de jogo, afinal enfrentar o Inter no Beira-Rio é outro papo.
O grande problema desse empate é que ele muda o planejamento do primeiro turno inteiro. Vamos ter que buscar – novamente – uma vitória inesperada fora pra tentar a classificação. Diferente do ano passado, temos muito mais opções, especialmente pro setor de construção e decisão, pra tentar melhorar rapidamente essa situação.
Até a próxima!