No dia 18 de julho de 1948, durante as comemorações do 25º aniversário da Liga Pelotense de Futebol (LPF), o Estádio da Boca do Lobo recebia em seu gramado, o Danubio Fútbol Club, que veio a cidade para enfrentar a Seleção Pelotense, formada por atletas do trio Pelotense. Os Uruguaios tinham como destaques, a dupla de ataque, formada por Carlos Romero e Juan Burgueño, que dois anos após o confronto na Boca do Lobo, sagrariam-se Campeões do Mundo com a Seleção Uruguaia, na conquista histórica no Maracanã.
No confronto diante do Selecionado, os Uruguaios acabaram sucumbindo ao forte time dos Pelotenses, que não tomaram conhecimento do poderio Uruguaio, ao aplicar um sonoro 6 a 2, com destaque para o Áureo-Cerúleo Damião, que marcou 4 vezes, superando o famoso goleiro da Seleção Uruguaia da Copa de 1954, Julio Maceiras. Os outros gols da Seleção Pelotense foram marcados por Negrito, também do Pelotas, e Mortosa, do Brasil. Para o Danúbio, descontou duas vezes o craque Carlos Romero.
Revista dos Esportes – Acervo Fred Mendes – Arquivo Lobão
Crônica da partida – Revista dos Esportes
ATUANDO DE FORMA BRILHANTE, O COMBINADO PELOTENSE GOLEOU ESPETACULARMENTE O DANÚBIO, DA CAPITAL URUGUAIA, POR 6 A 2.
Em comemoração ao 25º aniversário da entidade máxima do futebol Pelotense, presenciamos domingo 18 do corrente mes, no Estádio do E.C. Pelotas, o embate internacional entre o Combinado Pelotense e o Danúbio de Montevideo. Digno dos maiores elogios foi esse espetaculo que nos proporcionou a atual direção da Liga Pelotense, uma vez que não poupando esforços conseguiu mostrar ao publico Pelotense um dos mais categorizados conjuntosfutebolisticos da Republica vizinha.
E para maior relevo de sua festa natalicia, o Selecionado Pelotense exibindo se em grande tarde, derrotou de forma categorica o seu adversário, muito emboranos tenha sido possivel observar que no conjunto uruguaio pontificam elementos de real valor, como Sagastume, Burgueño, Britos e Romero, sendo este ultimo o que mais apareceu. Impressionantes foram as jogadas pessoais desse baixinho, uma das quais redundou na conquista do segundo golpara suas cores.
O combinado movimentou-se de principio ao fim como uma peça só. Quem os viu jogar e não estivesse ao par dos acontecimentos antecedentes ao prélio, dificiulmente poderia acreditar que para a sua formação, tivesse havido apenas um exercicio de conjunto e que assim mesmo nem nesse preparatório houvessem comparecido todos os seus integrantes. Mas o que interessa é que tudo deu certo e que a Liga Pelotense deve estar de parabéns por quanto os representantes de suas cores souberam elevar bem alto o nome esportivo de Pelotas e, assim sendo, logicamente que o da própria Liga.
O JOGO
Revista dos Esportes – Acervo Fred Mendes – Arquivo Lobão
Com um tempo ameaçador e com campo muito pesado em face das ultimas chuvas caidas sobre a cidade, deram entrada em campo as equipes disputantes que foram recebidas sob aplausos da assistencia. E após as trocas de gentilizas e pose para os fotografos pelas duas turmas, tivemos o inicio do prélio que logo demostrou o apetite com que se atirava a luta o Combinado Pelotense, patenteando assim o seu melhor trabalho no gramado. Sua defesa muito firme, com a intermediária luzindo sobre maneira e apoiando de forma eficiente o ataque, viu se logo a importancia da defesa uruguaia para conter os avanços sempre perigosos dos locais.E nesse vai e vem de ações, já aos cinco minutos do tempo inicial o homem do placar movimentou-se pela primeira vez para tirar o zerodo lado Pelotense. Os Uruguaios não se intimidaram e partiram logo ao ataque. Romero apoderou-se da bola e com fintas desconcertantes passou por diversos adversários sendo então, na entrada da área, contidopor Dodô, numa autentica gravata. O juiz puniu a falta e o próprio Romero cobrou a de forma brilhante, atirando a esfera por cima da barreira, no travessão superior. Saltou Wilson e o couro recocheteando em suas maõs ganhou o fundo das redes. Estava empatada a partida. As ações de comjunto dos Pelotenses continuaram, mesmo com o empate, sempre superiores e assim foi se dilatando o placar, chegando ao termino do encontro com 6 a 2 para os locais, com gols de Damião (4), Negrito e Mortosa. Para os visitantes marcou o atacante Romero os dois gols.
Os quadros formaram assim: Seleção Pelotense – Wilson, Dodô, Dário, Nonô, Jambeiro, Djalma, Mortosa, Galego, Negrito (Manoelzinho), Buchelli e Damião. Danúbio – Julio Maceiras, Gerardo Spósito (Peduto), Omar Perrone, Borges, Bitencourt, Domingo Sagastume, Ruben Perdomo, Carlos Romero, Monteiro, Juan Burgueño e Walter Britos.
JUIZ: Armando Jorge arbitrou o encontro, saindo-se satisfatoriamente dessa incubencia. Foi bastante tolerante com os uruguaios, que mais uma vez mostraram-se como na disputa das Copas com os Brasileiros. Reclamam a todo o momento, seu técnico e o próprio massagista entram em campo a todo instante.Enfim tivemos uma pequena amostra do pano… Na preliminar tivemos vitória do Bancáriosobre a Seleção B DA Liga, pelo escore de 3 a 1.
Revista dos Esportes – Acervo Fred Mendes – Arquivo Lobão
Destaque do Adversário:
Destaque do Jogo:
COPA PLUMA:
FICHA TÉCNICA
18/07/1948 – Seleção Pelotense 6×2 Danúbio-URG (Estádio da Boca do Lobo)
Local: Estádio da Boca do Lobo
Data: 18/07/1948 – Domingo
Horário: N/I
Motivo: Amistoso – Copa Pluma
Ficha Técnica:
Seleção Pelotense: Wilson (Bra), Dodô (Pelotas), Dário (Bra), Nonô (Pelotas), Jambeiro (Far), Djalma (Far), Mortosa (Bra), Galego (Bra), Negrito (Pelotas) depois Manoelzinho (Bra), Buchelli (Bra) e Damião (Pelotas).
Danúbio: Julio Maceiras, Gerardo Spósito (Peduto), Omar Perrone, Borges, Bitencourt, Domingo Sagastume, Ruben Perdomo, Carlos Romero, Monteiro, Juan Burgueño e Walter Britos.
Gols: Damião (4), Negrito e Mortosa (S.Pel) – Carlos Romero (2) (Dan)
Renda: N/I
Arbitragem: Armando Jorge.
Cartões: N/I
