Coluna do Lucas Canez: Em meio à crise, a ausência do marketing é exposta

Bom, chegamos a 108 dias sem Gauchão. Ou melhor, 3 meses e meio.

Além da nossa realidade financeira e estrutural, outra coisa fica explícita durante a pandemia: a falta de um departamento de marketing.

Tá bom… tá bom… quem me conhece sabe o quanto sou chato nesse tema.

Obviamente não é por interesses externos , é pela nítida ausência, com jogos ou sem, que é sentida pela torcida – e faço parte dela.

Enfim… comecei o texto falando do tempo sem Campeonato Gaúcho, mas isso é para todos.

Vocês já pararam pra pensar quanto tempo faz que não temos uma movimentação do clube para atrair a torcida/novos sócios? Aliás… quanto tempo nós paramos em relação aos outros clubes, até mesmo da nossa região? Isso é em todos os setores, mas tu podes conferir a minha coluna geral aqui: http://arquivolobao.com.br/?p=2301. Hoje falo especificamente do marketing.

Estamos em 2020. Marketing não é mais uma estampa na camisa e uma placa no estádio. O mundo e o futebol mudaram. Vemos vários clubes, até da região (vide São Luiz, Inter-SM, e o próprio rival), profissionalizando seus departamentos de marketing. E nos times que não são profissionalizados, eles pelo menos existem. São feitos de torcedores para torcedores. Como tem que ser, alinhar o profissionalismo com a paixão.

E quando falo em marketing, não falo somente em gerar receita, falo também em valorizar o torcedor. Aquele que viaja, que dá a vida por ti e compra o teu produto. O teu maior cliente. E também o patrocinador, aquele que confia no teu trabalho.

E quando os profissionais chegam com o discurso de “ah mas o Pelotas é um clube do interior e não tem cacife para chegar na marca X”, já se sabe que tem uma visão retrógrada. Hoje tu tens que moldar o produto para o patrocinador. Fazer com que ele se interesse em te patrocinar, e não o contrário. Sabemos que o maior produto de um clube de futebol é o próprio futebol, mas não é somente entre as 4 linhas que o produto é construído.

E é bom lembrar que o público-alvo do clube é a sua torcida, e ela tem que se interessar em comprar o teu produto. E hoje, o que acontece no nosso clube é completamente o inverso.

Aumento do ingresso quando o clube está mal na tabela não é valorizar o sócio, é desvalorizar aquele que não tem condições de pagar o ingresso e muito menos pagar uma mensalidade.

A relação clube-torcida é extremamente importante, mas hoje, a cada dia que passa, piora mais no Pelotas. Parece que não se importam com isso. Fazem o trabalho deles sem ouvir opiniões. Sem se importar com aquele que dá cada gota do sangue pelo clube.

Marginais travestidos de torcedores? Me poupe.

Quando é pra fazer festa é a torcida do Pelotas. Quando acontecem casos isolados são os marginais.

E apesar de tudo isso, nós seguimos com o clube. Seguimos apoiando e indo ao estádio. Mas minha pergunta é: será que as novas gerações terão esse mesmo ímpeto?

Então, integrantes da diretoria, quando reclamarem que o torcedor não banca o clube, se lembrem das suas atitudes. Do descaso com o torcedor. Com aquele, aliás, que não é trouxa. Ele sabe quando é valorizado. Ele sabe quando vale a pena confiar em um trabalho e colocar seu dinheiro nele. E não é o que ocorre hoje.

Quando reclamarem que as empresas não querem apoiar o clube, lembrem-se das fracas – e quase nulas – exposições e alternativas que o Pelotas oferece.

Quando reclamarem do limite financeiro, lembrem-se da falta de alternativas de receita. Da mesmice de sempre. Da mente retrógrada.

O mundo mudou, senhores. E o Pelotas parou no tempo.





2 comentários

    • Luiza Tessmer em julho 2, 2020 às 12:20 am
    • Responder

    👏🏻👏🏻👏🏻

    • Jonathan Heller em julho 2, 2020 às 6:04 pm
    • Responder

    Afude

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