A vitória histórica da Seleção Pelotense, representada pela base do Pelotas, sobre o Palmeiras, em 1936

Mário Reis, Zabaleta e Navarro, o trio Áureo-Cerúleo, responsável pela vitória Pelotense sobre o Palmeiras

 

Em 1936 a cidade de Pelotas foi palco de um confronto emblemático, e o Pelotas a base do Selecionado Pelotense que receberia em seu território a Sociedade Esportiva Palmeiras, que na época ainda era chamado de Palestra Itália, porém, já poderoso e multi campeão, que apresentava-se com o cartaz de Campeão Paulista e que vinha a 18 partidas sem saber o que era uma derrota.

Antes do confronto na Princesa do Sul, o Palmeiras realizou quatro confrontos na capital do estado, do qual saiu invicto, vencendo o Internacional em duas oportunidades, por 2 a 1 e 3 a 0, empatando com o Grêmio em 1 a 1 e vencendo a Seleção Porto Alegrense por 3 a 2.

Já pelo lado dos Pelotenses, dos 12 atletas que foram a campo, 7 representavam as cores Áureo-Cerúleas. Eram eles, Aleixo, Navarro, Miguel, Jesus, Pedrinho Zabaletta, Mário Reis e Chico Azevedo. O restante do time era composto por 3 atletas do Farroupilha e 2 do Brasil. Uma Seleção com DNA Azul e Ouro, que foi a campo para fazer história.

O Palmeiras, que consquistou o título Paulista com uma vitória de 2 a 1 sobre o Corinthians, veio disposto a vencer a Seleção local, mas foi surpreendido por um time muito bem preparado, que não deu chances aos Palestrinos. No final, vitória dos Pelotenses por 2 a 1, gols de Cardeal e Zabaleta.

 

O PALESTRA JOGA, AMANHÃ, EM PELOTAS.
Assim noticiava o Jornal Diário de Notícias, do dia 20 de novembro de 1936, sobre o confronto.

 

VITÓRIA DOS PELOTENSES – 2 a 1

Abaixo a matéria do Jornal Diário de Notícias, do dia 22 de Novembro de 1936.

O Palestra perdeu, em Pelotas, o título de invicto.

  • Os rapazes de São Paulo cairam vencidos frente ao combinado da LPAD, pelo score de 2 a 1.
  • Aos 30 minutos do primeiro tempo, Rolando, dos visitantes abre a contage, que foi igualada por Cardeal.
  • 3.000 pessoas assistiram ao encontro
  • No segundo tempo os Pelotensese dominaram
  • Zabaleta conquista, em alto estilo, o gol da vitória

Apesar de ser dia útil, três mil torcedores compareceram ao Estádio Getúlio Vargas, do Bancário, afim de assistir ao jogo entre os quadros Pelotenses e o do Palestra Itália. Serviu de arbitro, o sr Cagliani Neto.

O INICIO DO JOGO

A saída coube aos visitantes. Logo aos dois minutos de partida, Mário Reis, Cardeal e Jesus, numa perigosa jogada, obrigaram os Paulistas a ceder o primeiro escanteio.

O jogo no entretanto, não tarda a equilibrar-se, apesar das perigosas e impetuosas cargas dos Pelotenses, que aos doze minutos obrigou os Paulistas a ceder novo escanteio, e pouco tempo depois, aos dezenove minutos, o terceiro, que foi batido sem resultado prático.

PRIMEIRO GOL DA PARTIDA – 1 a 0 PARA O PALMEIRAS

Meia hora depois de iniciada a partida, após uma série de entreveiros no área dos Pelotenses, Rolando aproveitou a oportunidade para vazar a cidadela do goleiro Chico, que após um chute imperfeitamente defendido pelo arqueiro local, a bola acabou alinhando-se na rede.

Os locais não esmoreceram, antes pelo contrário, continuaram a forçar a cidadela de Jurandyr, obrigando-o, assim como a toda defesa, a uma constante vigilância.

O PRIMEIRO GOL DE CARDEAL – EMPATE DOS PELOTENSES

A linha atacante dos locais ataca impetuosamente, Navarro finta dois adversários e passa rápido para Mário Reis, que não perde a oportunidade, avançando pela sua ala, tocando para Cardeal. O grande atacante gaúcho mais uma vez mostra as suas extraordinárias qualidades de chutador, emendando o passe de Mário Reis em tiro rasteiro, que vai alinhar-se no canto da rede do arqueiro Palestrino.

O feito do grande jogador é comemorado entusiástica e delirantemente pela numerosa torcida que se encontrava no Estádio Getúlio Vargas, do Bancário.

A bola volta ao centro do gramado para o seguimento da partida. O jogo prossegue bastante equilibrado, terminando assim o primeiro tempo da sensacional partida.

SEGUNDO TEMPO

O segundo tempo vai decidir a partida. Nas arquibancadas é extraordinário o entusiasmo, e a torcida Pelotense não esconde o seu contentamento pela brilhante figura dos seus jogadores frente aos paulistas, que, além de invictos no seu estado, regressaram de Porto Alegre também invictos, depois de enfrentarem os esquadrões mais poderosos desta capital.

Os jogadores ao pisarem no gramado, são encorajados pela torcida.  Ao apito do arbitro, movimenta-se a bola. Os Pelotenses estão no ataque. Há mais coesão entre as suas linhas e Navarro está fazendo uma partida extraordinária, quer controlando a bola na defesa, quer servindo aos seus dianteiros. Grande parte do segundo tempo graças a atuação impecável dos médios, os atacantes dos pelotenses são mais frequentes e sempre mais perigosos, e que dão oportunidade a Jurandyr, para confirmar a sua fama. Efetivamente o técnico e seguro guardião palestrino fez sete magistrais defesas, contra apenas duas de Chiquinho.

A VIRADA – PELOTENSES 2×1

Aos vinte minutos de jogo, Zabaleta, em fulminante e inteligente entrada com Jesus, consegue o gol da vitória dos Pelotenses. Para o delírio enlouquecedor dos torcedores nas arquibancadas.  Após a virada dos Pelotenses, os Paulistas conseguiram mais dois escanteios e os locais um, aos trinta e sete minutos da segunda metade de jogo.

Nos últimos minutos do sensacional embate, há um instante de grande apreensão. Cardeal escapa sozinho, pelo centro, finta todos os adversários e apenas com Jurandyr pela frente, chuta violentamente, tendo a bola ido de encontro ao travessão.

A VITÓRIA

A vitória dos locais foi nítida devido não só as surpreendentes jogadas de Cardeal e Mário Reis, como principalmente, pela alta técnica e insuperável resistência dos médios Rui, Navarro e Miguel. Entretanto, vale considerar que o centro médio Navarro foi o melhor homem em campo, ora um perfeito dianteiro, ora dominando completamente a linha média, numa rigorosa e limpa marcação diante da linha avançada Paulista.

 

Ficha Técnica:
Seleção Pelotense 2×1 Palmeiras-SP
Local – Estádio Getúlio Vargas – Bancario
Data – 21 de novembro de 1936
Seleção Pelotense: Chiquinho (Brasil), Aleixo (Pelotas), Chico (Farroupilha), Rui (Farroupilha), Navarro (Pelotas), Miguel (Pelotas), Jesus (Pelotas), Eugênio (Brasil) depois Pedrinho Zabaleta (Pelotas), Cardeal (Farroupilha), Mário Reis (Pelotas) e Chico Azevedo (Pelotas).
Palmeiras: Jurandyr, Carnera, Nelusco, Tunga, Baroldi, Luciano, Imparato (Lara), Biruta, Moacyr, Rolando e Mathias. Técnico: Matturio Fabbi.
Gols: Cardeal e Pedrinho Zabaleta (S.Pel) – Rolando (Pal)
Pode ser uma imagem de texto que diz "o Palestra Perdeu, EmP lotas, o Titulo De Invicto Os Rapazes De São Paulo Cairam Vencidos Frente Ao Combinado DaL.P.A.D.Pelo "score" De 2x1 A.os 30 minutos do primeiro tempo, Rolando, dos visi. tantes abre 8 contagem, que foi igualada por Cardeal 3.000 PESSOAS ASSISTIRAM AO ENCONTRO የስቲስዮለያ PALLISTAS Jarandie Iedsk Matins Maguina BI No2. Tempo Os Pelotenses Dominaram Z-beleta conquista, em estilo, golo da vitoria"
Fonte: Jornal Diário de Noticias
Rolando e Mathias, destaques do Palmeiras
Time do Palmeiras nos jogos contra os Gaúchos

Deixe um comentário

Seu e-mail não será publicado.